Dificuldade para respirar, transpiração em excesso, tonturas e palpitações. O problema é mais comum do que se imagina. Por mais que as pesquisas confirmem que as viagens aéreas são mais seguras do que viajar de ônibus ou carro, para milhares de pessoas embarcar em um avião é uma situação desconfortável e causa pavor só de pensar.
Fobia
O medo de voar afeta muito a rotina das pessoas que não têm escolha e precisam viajar de avião. Se a fobia interferir no bem-estar e na qualidade de vida, é recomendável buscar ajuda especializada. Os tratamentos mais recomendados são: psicoterapia (realizada por psicólogos/psicanalistas), hipnoterapia (hipnose) ou simulação de voo. Em alguns casos, são indicados alguns remédios para diminuir a ansiedade, como os antidepressivos. Com a terapia, o especialista desenvolverá um plano de tratamento individualizado em que tentará diagnosticar os motivos da fobia ou outros problemas psicológicos envolvidos. “Essa abordagem é muito difundida no tratamento das perturbações da ansiedade em geral e é considerada a eficaz no tratamento de fobia”, explica Cristina. O medo é enfrentado de forma mais produtiva e a pessoa se torna mais confiante. De acordo com Moacir Oliveira, presidente do Instituto Qualilife (SP), com a realidade virtual, o passageiro revive os momentos de pavor gradualmente. “É aconselhável mesclar a psicoterapia com a exposição à realidade virtual. Em seis meses, a melhora é notória”, diz. As companhias áreas já disponibilizam cursos para tratar a fobia de voar. Neles, os passageiros vão se acostumando com a ideia de voar aos poucos para conseguir enfrentar seu grande medo.
Desconfortos a bordo
Desidratação: o ar dentro do avião mais seco que o normal, e o arcondicionado pode levar à desidratação em voos longos, se a pessoa não consumir nenhum líquido.
Desconforto no ouvido: a diferença de pressão atmosférica com a altura em que o avião se encontra afeta a comunicação do ouvido com a orofaringe (parte intermediária da faringe), e pode causar dor. Ao sentir algum desconforto nos ouvidos na decolagem, movimente os maxilares e engula a saliva.
Síndrome da classe econômica: ficar muito tempo sentado na mesma posição, além de causar desconforto, pode agravar problemas circulatórios. Conhecida popularmente como a síndrome da classe econômica, a trombose venosa profunda (TVP) ocorre quando o indivíduo tem diminuída a velocidade do sangue que retorna das pernas para o coração. O resultado é um coágulo em algum vaso sanguíneo, o que causa a obstrução venosa total ou parcial. Para prevenir, o melhor a fazer é consultar um médico antes de fazer uma viagem longa e usar meias elásticas.
Jet lag: corresponde à síndrome da alteração do fuso horário e são as mudanças que ocorrem no nosso “relógio biológico” causadas por longas viagens. O passageiro tem dificuldades para iniciar ou manter o sono ou possui sonolência excessiva. Maior a diferença de fuso, pior a adaptação. A cada hora de diferença, é necessário, em média, um dia para a adaptação. “Minimize o problema adaptando-se dias antes do embarque. Mude a sua rotina conforme o horário do local que viajará”, afirma o neurologista Shigue Yonekura, do Instituto de Medicina e Sono de Campinas. Outra dica é programar a viagem para desembarcar durante o dia — a luz natural do sol facilita a adaptação.
Irritação nas vias aéreas (ou ocular) e doentes crônicos: se o passageiro tiver algum problema, é recomendado consultar um especialista antes do voo. Se for apenas um desconforto, hidratação é a melhor defesa. Leve sempre colírio ou inaladores nasais. Doentes crônicos também devem falar com seu médico antes de fazer viagens longas.
Recomendações para lidar com fobia Antes de voar
•Cuide de sua saúde: durma bem e faça exercícios com regularidade.
• Organize-se para não ficar ansioso com os preparativos da viagem.
• Escolha roupas confortáveis para viajar.
• Passeie pelo aeroporto, sente-se, relaxe, observe os demais passageiros.
Na hora de embarcar
•Avise um tripulante que tem problemas de crise de ansiedade ao voar.
• Não se esqueça de objetos pessoais para se distrair, como revistas e músicas prediletas.
• Na hora da decolagem, tente descontrair o corpo e relaxe.
Durante o voo
• Faça algumas técnicas de relaxamento e respiração para se acalmar.
•Saia do lugar e caminhe pelo avião.
• Concentre-se nos acontecimentos à sua volta; tente se distrair.
• Não se esqueça de consumir líquidos para manter-se hidratado.
• Se houver turbulência, lembre-se: os profissionais estão preparados para essas emergências. Mantenha a calma.
• Na aterrissagem, pense que seu destino está próximo e desaperte os cintos. Não saia com pressa do avião.
Fonte: Revista Viva Saúde