Falta pouco menos de um mês para o fim deste ano. Mas ainda dá tempo de se organizar e terminar 2018 com as contas em ordem. Mas é preciso ter disciplina, organização e começar já a mudar os hábitos.
Especialistas em finanças pessoais são unânimes: quanto antes se preparar para os gastos de fim de ano, melhor. Isso evita levar sustos com as tradicionais despesas em dezembro, como ceia de Natal, presentes etc. E não para por aí: é preciso considerar também o que vem pela frente nos primeiros meses de 2019, como matrícula escolar dos filhos, IPVA, IPTU…
O primeiro passo para não passar perrengue no fim do ano é avaliar a situação financeira, ou seja, fazer um raio-X de como estão as finanças. Para isso, a recomendação é montar um orçamento pessoal ou familiar. Nele, é importante listar todas as fontes de renda (salário, aluguéis e outros tipos de receita) e todos os gastos (desde as despesas essenciais, como contas de luz, água, telefone etc, até despesas com lazer, por exemplo).
Para montar o orçamento, é possível usar aplicativos, planilha no computador ou um simples caderno. Independentemente da ferramenta utilizada, o mais importante é descobrir para onde o dinheiro está indo. Assim, fica mais fácil planejar os gastos de fim de ano.
Corte gastos que não vão fazer falta
Com o diagnóstico em mãos, é hora de buscar as despesas que podem ser cortadas, ou seja, aqueles gastos que realmente não vão fazer falta no dia a dia. Assim, se consegue abrir espaço tanto para as despesas de fim de ano, quanto para os tradicionais gastos de início de ano. Por exemplo, IPVA e IPTU podem ser pagos à vista, o que geralmente garante um desconto no valor cobrado.
Tem dívidas? É hora de regularizá-las
De nada adianta montar um orçamento e se esquecer de contas pendentes. Por isso, quem tem dívidas na praça precisa identificar as condições de cada débito: para quem deve (bancos, financeiras, lojas ou mesmo amigos) e qual valor total da dívida. É importante considerar a taxa de juros, encargos e multas. Para facilitar, vale procurar o credor e pedir todas essas informações antes de tentar uma renegociação.
Aqui vale a regra básica: quem tem dívidas mais salgadas (com juros nas alturas), como cheque especial e rotativo do cartão, o ideal é trocá-las por linhas de crédito mais baratas, como empréstimo pessoal ou crédito consignado (se você tiver acesso a essa modalidade, é claro).
Nos últimos meses do ano, os chamados birôs de crédito (Serasa, Boa Vista SCPC e SPC Brasil) costumam organizar feirões para que o consumidor possa renegociar dívidas e limpar o nome. Mas para que a oportunidade valha realmente a pena, busque acordos em que as parcelas caibam no seu orçamento. Em outras palavras, valores que você vai conseguir arcar todo mês.
13º pode ser um aliado
No fim do ano, muitas pessoas recebem 13º salário, bônus e gratificações. Especialistas indicam usar essa grana extra para quitar dívidas, se for seu caso. Quem não está no vermelho pode guardar o dinheiro para os gastos de fim de ano ou mesmo separar uma parte para pagar matrícula dos filhos, IPTU ou IPVA, por exemplo.
Compre à vista no Natal
Para evitar preocupações e dívidas, antecipar as compras de Natal, amigo secreto e outras festividades é uma boa estratégia. Quem deixa para a última hora corre o risco de pagar mais caro nas lojas.
O ideal é fazer pesquisas dos itens para a compra de Natal, por exemplo. Uma boa dica é fazer uma lista dos possíveis presentes e o valor que se pode gastar, mas dentro do orçamento.
Quem vai viajar no fim do ano ou mesmo no início de 2019 precisa se planejar, caso ainda não tenha feito isso. A indicação é pagar o máximo que puder da viagem com antecedência, por exemplo, passagem aérea ou de ônibus, hospedagem etc.
Mais uma vez vale a pena montar uma listinha para gastos com a viagem (antes, durante e depois), incluindo transporte, alimentação, lazer, presentes que deseja trazer para família e amigos.
Quatro dicas para driblar o impulso de comprar
1 Encontre uma motivação
- Fica mais fácil mudar ou criar um hábito quando temos um pontapé inicial. É igual começar dieta: a calça jeans que não entra mais pode ser a razão para comer melhor no dia seguinte. Encontre o que te incomoda no consumo excessivo: é o guarda-roupa que não cabe mais nada? Não sobra dinheiro no fim do mês para viajar? Perceba algo na sua vida que as compras por impulso atrapalham e lembre-se disso sempre que estiver na fila do caixa.
2 Um dia de cada vez
- Pense em não comprar apenas por um dia. Por isso, vá aos pouquinhos. É só aquele sapato que você experimentou e não vai levar; só essa camisa nova do seu time que não comprará hoje; e assim por diante.
3 Se estiver com as emoções à flor da pele, guarde a carteira
- Um dia cansativo, o término de um relacionamento, a fome após uma longa reunião de trabalho. Essas e outras situações nos deixam vulneráveis emocionalmente. Evite ir ao mercado com fome, por exemplo. Quando a pessoa se depara com duas latinhas de tamanhos e preços diferentes, precisa fazer uma regra de três para identificar a mais barata. Na pressa, acaba levando qualquer uma e pode pagar mais caro pelo mesmo produto.
4 Congele o cartão e abandone o carrinho
- Vale ainda adotar pequenas estratégias para se lembrar de não comprar por impulso. Que tal abandonar o carrinho cheio na loja online? Da próxima vez que voltar ao site, é capaz de perceber que não precisa daqueles itens.
- Outra dica simples é colar uma etiqueta no cartão de crédito com a frase “preciso disso agora?”. Toda hora que estiver com o cartão na mão, você terá de repensar uns segundinhos – que podem ser suficientes para evitar uma compra impulsiva.
- Na mesma onda de ganhar tempo, há quem coloque o cartão de crédito em um pote de água no congelador.