O recesso do meio do ano está aí e, além de organizar a viagem, é preciso decidir o que fazer com o os bichos de estimação. Dá para levá-los? Ou melhor arrumar um profissional para auxiliar nessa tarefa? Para ajudar nessa escolha, listamos alguns itens que precisam ser observados em cada uma dessas situações.
VIAGEM DE CARRO
Não há leis sobre equipamentos de segurança no transporte de animais de estimação dentro do carro. O Código de Trânsito Brasileiro proíbe apenas que o motorista carregue o pet no colo (multa de R$ 85,13 e quatro pontos na habilitação). Também não é permitido transportar animais em caçambas de camionetes (multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira).
Porém, a forma mais segura de levá-los é em caixas de transporte específicas para o porte de cada animal, que podem ser adquiridas em pet shops. Sem a proteção, o animal pode ser arremessado para fora do veículo em caso de acidente ou de uma frenagem brusca.
A melhor forma de acomodar as caixas é em um dos bancos do automóvel, envolvidos por um cinto de segurança específico para animais, que é conectado ao dispositivo do carro. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a caixa de transporte deve excluir, obrigatoriamente, uma vaga de passageiro no veículo.
Para os cães de grande porte, melhor colocar a caixa transportadora no porta-
malas. A legislação permite que em veículos modelo hatch, aqueles em que a tampa que protege o porta-malas pode ser retirada, as caixas sejam transportadas no compartimento. Mas, atenção: em dias ensolarados, é preciso cuidado para que o sol não bata em excesso sobre a caixa – que pode custar de R$ 450 a R$ 1 mil.
Para os pets de pequeno porte, há cadeirinhas, também à venda em lojas de produtos para animais. Funcionam como bolsas protetoras e são uma boa alternativa para os cães que não resistem às janelas. Ajustadas à altura do vidro, permitem que os pets fiquem mais à vontade, mas continuem seguros. O preço varia em média de R$ 130 a R$ 250.
Os animais de grande porte podem ser transportados sentados ou deitados no banco, com cintos de segurança específicos para cada tamanho. Os valores variam entre R$ 30 e R$ 50.
Para gatos, que são mais ariscos e se movimentam mais, também é recomendado o uso de caixas de transporte, presas com cinto de segurança. Os preços variam de R$ 100 a R$ 350.
Se a viagem de carro for muito longa, pare pelo menos a cada três horas para que o animal faça as necessidades fisiológicas, tome água e se alimente.
Alguns bichos podem enjoar durante longas jornadas no carro. Portanto, antes de sair de casa, fale com o veterinário e peça a indicação de algum remédio, para estar pronto caso isso ocorra.
Procure saber se a cidade para a qual você está indo com seu pet apresenta ocorrências de doenças infecciosas. Em caso positivo, vacine o animal preventivamente.
Se a estadia for em hotel, não se esqueça de entrar em contato com o estabelecimento para verificar se animais são aceitos.
Como você vai para um local desconhecido, coloque na coleira informações de identificação e contatos telefônicos, caso ocorra alguma fuga.
VIAGENS AÉREAS OU RODOVIÁRIAS
Em viagens aéreas ou rodoviárias, cães e gatos podem transitar no País sem a necessidade da Guia de Trânsito Animal (GTA). É obrigatório, porém, o porte de atestado de saúde, emitido por um médico veterinário inscrito no Conselho Regional de Medicina Veterinária.
Companhias aéreas possuem autonomia para decidir local, formas, quantidade e espécies de animais a serem transportados. Por isso, checar as normas da empresa antes da viagem é fundamental.
Nas viagens intermunicipais, animais domésticos – cães e gatos – de até 8 quilos podem ser transportados mediante pagamento de tarifa de 50% do valor correspondente ao passageiro, com limite de dois por viagem. Os pets não podem ocupar os assentos reservados aos passageiros e devem ser transportados obrigatoriamente em caixas.
Para as demais espécies de mascotes, como aves, coelhos, furões ou iguanas, é exigida a GTA, expedida por veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura ou pelo órgão executor da defesa sanitária nos estados. No caso de espécies silvestres, é necessária autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).
Para o transporte de animais entre países é preciso obter o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido pela autoridade do país de origem ou de procedência do animal. O CZI deve estar em conformidade com as exigências sanitárias do país de destino.
DEIXAR EM CASA
Se a opção for por deixar o animal de estimação em casa, é preciso que alguém fique responsável pelos cuidados dos bichos. Se nenhum conhecido puder assumir essa tarefa, existem profissionais que desempenham essa função. Eles cobram, em média de R$ 30 a R$ 60 por dia, mas o preço varia de acordo com o número de atendimentos e a localização da residência.
É preciso que a pessoa vá de uma a duas vezes diárias na casa para dar água, alimentar, limpar as fezes e urina e, no caso de um cão, por exemplo, passear com ele. Busque referências de trabalhos anteriores, afinal, você terá que deixar a chave da residência com um desconhecido.
Alguns gatos têm o hábito de dar voltas pela vizinhança. O cuidador precisa estar instruído para deixá-los sair de tempos em tempos, sob o risco de provocar um estresse nos bichanos.
Outra forma de minimizar o estresse causado pela separação dos proprietários é deixar brinquedos para que o animal se distraia.
Se o pet necessita de medicamentos, procure checar se o cuidador tem prática em administrar medicação para animais, já que muitos podem estranhar esse momento.
DEIXAR EM UM HOTEL
Uma terceira alternativa é colocar os animais em serviços especializados de hospedagem. Procure conhecer bem o local antes de viajar. Peça para visitar todas as instalações que serão ocupadas pelos bichos. Observe condições de isolamento e higiene. Se possível, busque referências de conhecidos.
O animal, antes de ir para o hotel, precisa estar com as vacinas em dia. É recomendado também que se faça um controle preventivo contra pulgas, carrapatos e verminoses.
Se o bicho possui alguma doença crônica, deixe no hotel os contatos do veterinário de rotina, caso aconteça alguma emergência.
As diárias para bichos exóticos custa, em média, de R$ 15 a R$ 30. Já para cães e gatos há mais opções com preços bastante diferentes, que podem variar entre R$ 20 e R$ 100, dependendo das instalações.
COELHOS, ROEDORES, AVES E PEIXES
Não é recomendado que esses animais façam viagens, pois quando são submetidos a situações fora da rotina com a qual estão acostumados, passam por um grande estresse. Se forem deixados em casa, o ideal é que sejam cuidados por alguém que tenha familiaridade com as espécies, já que eles adoecem muito facilmente. As visitas precisam ser constantes no mínimo duas vezes diariamente – já que esses animais se alimentam e ingerem água com muita frequência.
Quanto aos peixes, a periodicidade com que a água do aquário tem que ser trocada varia conforme o tamanho do compartimento. Em geral, a cada 15 dias para os pequenos e 30 para os grandes.
A higienização dos ambientes onde vivem roedores e coelhos precisa ser diária, pois eles defecam e urinam constantemente.
Se a opção for por um serviço de hospedagem, verifique se o local é especializado em receber animais silvestres ou exóticos. Observe também se o lugar possui climatização adequada, já que esses animais sentem muito frio, principalmente no período noturno.
Fontes: Veterinários Daniel Guimarães Gerardi, Simone Saute e Alessandra Roll, Jornal Zero Hora